Na imagem acima o júri da 63° edição do festival de cinema de Cannes
O júri do festival esse ano conta com a participação de integrantes conhecidos de hollwood como Benicio Del Toro, Kate Beckinsale e o compositor de trilhas sonoras Alexander Desplate. Mas com certeza o nome que mais chama atenção e o mais conhecido é o do seu presidente, Tim Burton. O cineasta de “Alice”, recente sucesso mundial de bilheteria é conhecido por seus filmes de temática sombria e com forte ligação a fantasia, desde que a direção do festival anunciou seu nome como o presidente do júri uma coisa se tornou clara na mente de todos: o “fator Burton” pode fazer a diferença na decisão do júri, tornando bastante possível uma grande surpresa na lista dos vencedores, incluindo a palma de ouro.
O festival chegou quase ao final e a crítica aponta como possíveis vencedores da palma os elogiados (nem sempre por todos) filmes de Mike Leigh “Another Year”, “Biutiful” de Alejandro González Iñarritu e “Copie Conforme” de Abbas Kiarostami. “Poetry” filme do coreano Lee Chang-dong também gerou alguns comentários e apostas positivas da critica. Uma coisa é certa, não existe um grande favorito, diferente do ano passado quando “A Fita Branca” e “O profeta” eram apontados como favoritos quase que isolados. No final a palma acabou indo para “A Fita Branca” e o “O Profeta” ficou com o grande prêmio do juri, uma espécie de “segundo lugar” no festival. Para aumentar ainda mais a incerteza, como já citei no parágrafo anterior “O Fator Burton” torna as opiniões da critica ainda mais incertas, e gera um fôlego extra para o final do festival, quem em geral foi morno, Com um ou outro grande momento.
Se na disputa dos filmes existem muitos palpites, mas quase nenhuma certeza, na disputa pela palma de atuação sombram certezas e faltam mais palpites… Jarvier Bardem por seu papel de um paciente com câncer terminal no filme “Biutiful” do Iñarritu gerou críticas positivas quase que unâmines, muito a destacaram como não apenas a melhor atuação masculina do festival, mas como a melhor do ano até agora, outros ainda mais empolgados chegaram a afirmar que se trata da melhor atuação da carreira do ator e que ela vai gerar uma nova indicação ao Oscar do próximo ano, com fortes chances que ele saia com sua segunda estatueta do careca dourado. Vale lembrar que no ano passado a atuação de Christoph Waltz em “Bastardos inglórios” foi considerada a melhor pelo júri e crítica, e o ator ganhou quase que todos os outros prêmios do ano, incluindo o oscar de melhor codjuvante… O ator Elio Germano teve sua atuação no filme “La Nostra Vita” de Daniele Luchetti bem elogiada, mas não deve ameaçar a soberania de Bardem.
Bardem, uma certeza quase absoluta como melhor ator
Entre as atrizes as coisas não andam muito diferentes, Juliette Binoche que é a “garota propaganda” do festival desse ano, com sua imagem no pôster oficial. Teve muitos elogios a sua atuação no também elogiado “Copie Conforme” de Kiarostami, é uma quase certeza também, permaneceu como única favorita até a o fim da metade da competição, e estaria assim até agora se não fosse pela também feliz atuação da atriz coreana veterana Yun Jung-hee no longa “Poetry”, também se fala na britânica Lesley Manville de “Another Year” correndo por fora. A palma, quase que nas mãos de Binoche se não for para esse trio aqui citado, vai ser com certeza uma grande surpresa no festival.
Binoche além de estampar o pôster oficial do festival é a grande favorita a palma de atriz.
Fora da disputa pelos prêmios principais ainda há o elenco das mostras paralelas e dos filmes fora de competição, este ano entre as personalidades era esperada a presença dos Rolling Stones para a estreia do documentário "Stones in Exile", o que acabou não acontecendo, sendo uma das grandes baixas do festival, a perda só não foi total pela presença do vocalista Mick Jagger, amenizando a frustração dos fãs e da imprensa. Carey Mulligan uma das atrizes mais esperadas no festival pelo motivo da sua atuação marcante em “Educação” no ano passado, que gerou uma indicação ao Oscar e uma legião de fãs pelo mundo apareceu sem brilho nenhum na continuação ''Wall Street - o Dinheiro Nunca Dorme" de Oliver Stone, e também não cativou os presente na coletiva do filme. A dupla Gael García Bernal e Diego Luna, parceiros fora e dentro das telas, apresentaram papeis diferentes no festival desse ano, Gael é o diretor do júri da Camera D'or, o prêmio que é dado a diretores estreantes que vão ao festival, ele também apresentou um curta chamado “Lucio” dentro de uma coletânea de curtas mexicanos sobre a revolução do país com o nome direto “revolución”. Já Diego apresenta em uma sessão especial o seu primeiro trabalho na direção no longa “Abel” que inclusive agradou bastante a crítica presente. O famoso e consagrado diretor Woody Allen apresentou fora de competição o seu novo filme “You Will Meet a Tall Dark Stranger” com direito a um elenco estrelar que conta também com a atuação de Naomi Watts, que está também no festival com outro filme, este na disputa pela palma “Fair Game” de Doug Lima, a atuação da atriz foi elogiada em ambos, no filme de Allen ela não pode ganhar nenhum prêmio, diferente do filme de Doug Lima, mas as chances da atriz que foi a mais lucrativa do ano passado levar a palma de ouro são bastante pequenas. Também atuando em “Fair Game” o ator Sean Pean outro grande nome esperado para o festival, presidente do júri em 2008, diferente de Watts não compareceu porque tinha compromissos políticos no Estados Unidos, outra grande baixa. Porém quase todos concordam que a maior baixa do festival foi a do Cineasta francês Jean Luc Gordard, mesmo com um filme experimental, e com participação numa mostra alternativa a “Um Certo Olhar” a presença de Gordad era de longe a mais aguardada por todos, de ultima hora ele não foi e a decepção foi geral, foi perdoado, afinal de contas como foi muito bem colocado por um segurança do festival “ah, ele é o sr. Godard”, fora as baixas, a cidade como sempre esta lotada pela imprensa, por pessoas da industria, por fãs do cinema e por curiosos, alem de personalidades ricas que frequentam as badaladas festas que acontecem na cidade durante o festival, mesmo quando Cannes não tem o brilho do ano anterior ela permanece com sua vida agitada, principalmente nas noites de quase duas semanas de evento, garantindo a diversão do turistas, personalidades e principalmente dos paparazzi de plantão.
Godard, o homem que não estava lá
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